"O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar" (Mat. 24:35). "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." (João 1:1) Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. (Hebreus 4:12) Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente. (Isaías 40:8)

O Testemunho dos escritos dos Pais da Igreja quanto à autenticidade do texto é de suma importância por causade sua devoção a Deus e à sua Palavra. Eles foram cuidadosos ao copiar as Escrituras.

E por terem vivido tão perto dos dias apostólicos, é possível que tenham tido acesso a manuscritos que não existem mais hoje. Há a possibilidade de que alguns pesquisassem nos próprios originais.

Quanto a você, continue firme nas verdades que aprendeu e em que creu de todo o coração. Você sabe quem foram os seus mestres na fé cristã. E, desde menino, você conhece as Escrituras.

Sagradas, as quais lhe podem dar a sabedoria que leva à salvação, por meio da fé em Cristo Jesus. Pois toda a Escritura Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver. E isso para que o servo de Deus esteja completamente preparado e pronto para fazer todo tipo de boas ações. (2Tm 3.14-17)

Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra. (2 Timóteo 3:14-17)

A teologia é a ciência que estuda sobre Deus (“Teos” - Deus e “logia” – estudo). E a Bibliologia é a ciência que estuda a Bíblia, sob seus aspectos e observações gerais. Sua leitura, seu estudo, sua estrutura, sua divisão em livros, capítulos e versículos, sua classificação, suas particularidades, seu tema central,sua tradução, sua preservação, sua História, sua cronologia, sua formação, sua autoridade, como livro divino, sua autenticidade como palavra de Deus, sua inerrância, sua integridade e sua veracidade.

Bibliologia, por ser uma matéria de grande vastidão, bíblica que são departamentos comentados separadamente.

A verdadeira Teologia é extraída da bíblia no âmbito teológico, Bibliologia está agrupada dentro da teologia sistemática e como um departamento também da teologia Bíblica.

O ANTIGO TESTAMENTO

Conta-nos a história do povo de Israel. Está baseada na fé do povo no Deus de Israel e sua vida religiosa como seu povo. Os autores destes livros escreveram sobre o que Deus havia feito por eles como povo, e de que forma eles deviam adora-lo e obedece-lo em resposta ao seu amor.

São eles:

GÊNESIS: Este livro do início dos tempos faz uma narrativa da relação de Deus com o homem e a promessa dada a Abraão e a seus descendentes.

ÊXODO: O nome “Êxodo” quer dizer saída este livro nos conta como Deus libertou os Israelitas de uma vida de penúrias e escravidão no Egito. Fez um pacto com eles e lhes deu leis para ordenar e governar as suas vidas.

LEVÍTICO: O nome do livro deriva duma das doze tribos de Israel. Transcreve todas as leis e regras concernentes a rituais e cerimônias.

NÚMEROS: Os Israelitas andaram pelo deserto por quarenta anos antes de entrar na terra de Canaã, a terra prometida o nome do livro provém dos censos efetuados durante esse tempo de permanência do deserto.

DEUTERONÔMIO: Moisés proferiu três discursos de despedida pouca antes de sua morte, nele “repassou” com seu povo todas as leis de Deus para os Israelitas. O nome do livro provém desta repetição “ou segunda lei”.

JOSUÉ: Josué foi o líder dos exércitos Israelitas em suas vitórias sobre os cananeus, o livro termina com a distribuição da terra entre as doze tribos de Israel.

JUÍZES: Os Israelitas frequentemente desobedeciam a Deus e caiam nas mãos de governos tirânicos, Deus enviava-lhes juízes para liberta-los da opressão.

RUTE: O amor e a dedicação de Rute para com sogra, Noemi, são o tema deste livro.

1ºSAMUEL: Samuel foi o líder dos Israelitas no período entre o tempo dos Juízes e o tempo de Saul, o primeiro rei de Israel, quando a liderança de Saul enfraqueceu, Samuel ungiu Davi como rei.

2ºSAMUEL: no reinado de Davi a nação tornou-se forte e foi unificada. Mas, depois dos pecados de Davi: adultério e assassinato, tanto a família quanto a nação sofreram.

1ºREIS: começa com reinado de Salomão em Israel. Depois de sua morte, o reino dividiu-se numa guerra civil: o Norte contra o Sul, o resultado foi o nascimento de duas nações: Israel, no Norte e Judá ao sul.

2ºREIS: Israel foi conquistado pelos assírios em 721 ªC. Judá perdeu a guerra contra a Babilônia em 586 a C. Estes eventos são vistos como o castigo do povo por não haver seguido as leis de Deus.

1ºCRÔNICAS: começa com a genealogia desde Adão até Davi, e em seguida reconta-nos os incidentes do reinado de Davi.

2ºCRÔNICAS: cobre o mesmo período que 2º Reis, mas com ênfase em Judá, o reinado do sul, e seus governantes.

ESDRAS: Após o cativeiro na Babilônia que durou algumas décadas, o povo de Deus retorna a Jerusalém. Um de seus líderes era Esdras. Este livro mostra a retidão que Esdras fez o povo seguir e a honrar a lei de Deus.

NEEMIAS: Depois que o tempo foi reconstruído, a muralha protetora ao redor de Jerusalém também foi reconstruída, Neemias foi quem dirigiu esta empreitada. Ele também trabalhou com Esdras para restaurar o fervor religioso entre o povo.

ÉSTER: relata a história da rainha da pérsia, que era judia, e que foi quem denunciou um complô para destruir seus compatriotas libertando todos os judeus deste país, que seriam aniquilados.

JÔ: A pergunta “porque sofrem os inocentes? É tratada na história de Jô.

SALMOS: Estes 150 hinos e orações foram usados pelos judeus para expressar sua relação com Deus. Abrangem todo o campo das emoções humanas: desde alegria até fúria, da esperança ao desespero, etc.

PROVÉRBIOS: É um livro de escritos sábios, de ensinamentos éticos e do sentido comum sobre como viver uma vida corretamente.

ECLESIASTES: Em sua busca a felicidade e do sentido para a vida, este autor, conhecido como “filósofo”, faz perguntas que ainda são válidas na sociedade atual.

CÂNTICOS DOS CÂNTICOS: Estes poemas descreve o prazer e o êxtase do amor simbolicamente, foi aplicado ao amor de Deus por Israel e ao amor de Cristo pela sua igreja.

ISAIAS: O profeta Isaias apresenta uma mensagem do juízo de Deus as nações, indicou um futuro rei, Davi, e prometeu uma era de paz e tranquilidade.

JEREMIAS: Muito antes da Babilônia destruir Judá, Jeremias previu a justiça de Deus mesmo sendo a quase totalidade de sua mensagem sobre a destruição do reino, também fala do novo pacto com Deus.

LAMENTAÇÕES: Tal como Jeremias havia previsto, Jerusalém tornou-se cativa da Babilônia. Este livro registra cinco “lamentos” pela cidade invadida.

EZEQUIEL: A mensagem de Ezequiel foi dada aos judeus cativos na Babilônia. Usou histórias e parábolas para falar do juízo, da esperança e da restauração de Israel.

DANIEL: Daniel manteve-se fiel a Deus mesmo enfrentando muitas pressões como cativo na babilônia. Este livro inclui as visões proféticas de Daniel.

OSÉIAS: Oséias usou a lição de sua dedicação à sua esposa, mesmo enfrentando sua infidelidade, para ilustrar o adultério que Israel havia cometido contra Deus, e como o amor fiel de deus pelo seu povo nunca muda.

JOEL: Depois de uma praga de gafanhotos, Joel adverte o povo para arrepender-se.

AMÓS: Durante o tempo da prosperidade, este profeta da Judéia predizia aos ricos lideres sobre o juízo de Deus. Amós insistia em que eles deveriam pensar nos pobres e oprimidos antes de sua satisfação própria.

ABADIAS: Abadias profetizou o juízo que recairia sobre Edom, um país vizinho a Israel.

JONAS: Jonas não queria profetizar ao povo de Nínive quem eram os inimigos de seu próprio país. Quando finalmente lhes levou a mensagem enviada por Deus, eles arrependeram-se.

MIQUÉIAS: A mensagem de Miquéias A Judá era uma mensagem de Juízo ao invés de perdão esperança. Especialmente notável é um verso em que ele sintetiza o que Deus pede de nós.

NAUM: Naum anunciou que Deus destruiria o povo do Nínive por causa de sua crueldade na guerra.

AGEU: Depois que antes o povo voltou do exílio, Ageu os recordou dar prioridade a Deus e reconstruir o templo.

HABACUQUE: Este livro apresenta um diálogo entre Deus e Habacuque sobre a justiça e o sofrimento.

AGEU: Depois que antes o povo voltou do exílio, Ageu os recordou dar prioridade a Deus e reconstruir o templo.

SOFONIAS: Sofonias anunciou o dia do Senhor, que traria o juízo a Judá e as outras nações vizinhas. Este futuro dia seria dia de destruição para muitos, mas um pequeno grupo sempre fiel a Deus sobreviveria para bendize-lo ao mundo.

AGEU: Depois que antes o povo voltou do exílio, Ageu os recordou dar prioridade a Deus e reconstruir o templo antes que suas próprias casas.

ZACARIAS: O mesmo que Ageu, Zacarias instou o povo a reconstruir o templo, brilhante.

MALAQUIAS: Depois de retornar do exílio, o povo chegou de novo a descuida-se de sua vida religiosa. Malaquias tratou de inspira-lo novamente, falando-lhe do “dia do Senhor”.

O NOVO TESTAMENTO

Os livros do Novo Testamento foram escritos pelos discípulos de Jesus Cristo. Contam-nos a história O NOVO TESTAMENTO Os livros do Novo Testamento foram escritos pelos discípulos de Jesus Cristo. Contam-nos a história

MATEUS: Este evangelho cita muitas passagens do antigo testamento. Desta forma é atraente aos judeus a quem apresenta Jesus como Messias prometido nas escrituras judias> Mateus narra a história de Jesus desde seu nascimento até a ressurreição e dá ênfase especial nos ensinamentos do Mestre.

MARCOS: Marcos escreveu um evangelho curto, conciso e repleto de ação. Sua meta era aprofundar a fé e a dedicação dos crentes da comunidade para quem escrevia.

LUCAS: Este evangelho enfatiza quão ao alcance de todos está a salvação em Jesus. O evangelizador o faz descrevendo Jesus em contato com a gente pobre, com os necessitados e com os que vivem á margem da sociedade.

JOÃO: Evangelista: O evangelho de João, pela sua forma, coloca-se á parte dos outros três. Organiza a sua mensagem enfocando-a em sete sinais que apontam Jesus como o Filho de Deus. Seu estilo de escrever é reflexivo e repleto de imagens e figuras.

ATOS: Quando Jesus ausentou-se de seus discípulos, o Espírito Santo veio morar com eles este livro foi escrito por Lucas como complemento ao seu evangelho e relata eventos-chave na história e trabalho da igreja cristão primitiva e como se propagou a fé no mundo mediterrâneo de então.

ROMANOS: Neste importante carta, Paulo escreve aos Romanos sobre a vida no Espírito, que é dada pela fé, aos crentes em Cristo. O apóstolo reitera-lhes a imensa bondade de Deus e lhes declara que através de Jesus Cristo, Deus nos aceita e nos liberta de nossos pecados.

1ºCORÍNTIOS: Trata especificamente dos problemas que a igreja em Corinto estava enfrentando: dissensão, imoralidade, problemas da forma de adoração pública e confusão sobre os dons do Espírito Santo.

2ºCORÍNTIOS: Paulo escreve sobre sua relação com a igreja de Corinto e os efeito que alguns falsos profetas haviam tido em seus ministérios.

GÁLATAS: Expõe a liberdade com respeito à lei do crente em Cristo. Paulo declara que é somente pela fé que todos os crentes são reconciliados com Deus.

EFÉSIOS: O tema central desta carta é o propósito eterno de Deus: agrupar muitas nações e raças na igreja universal de Jesus Cristo.

FILIPENSES: A ênfase desta carta é o prazer que o crente em Cristo encontra em todas as situações da vida. Paulo escreveu-a enquanto estava preso.

COLOSSENSES: Paulo relata aos crentes em colossos que ponham de lado suas superstições e que tragam Cristo para o centro de suas vidas.

1ºTESSALONICENSES: Paulo dá conselhos aos cristãos de Tessalônica quanto ao retorno de Jesus ao mundo.

2º TESSALONICENSES: Como na primeira, Paulo fala do retorno de Jesus ao mundo. Também trata de preparar os crentes para a vinda de do Senhor.

1º TIMÓTEO: Serve como guia a Timóteo, um jovem líder da igreja primitiva. Paulo dá conselhos sobre adoração, o ministério e as relações dentro da igreja.

2º TIMÓTEO: Esta é a última carta escrita por Paulo. Nela, ele dá um último conselho aos seus companheiros de trabalho.

TITO: Tito estava ministrando em Creta. Paulo o aconselha como ajudar aos novos cristãos.

FILEMOM: Filemom é incitado a perdoar seu escravo, Onésimo, que tinha fugido; e também o aceitar como um amigo em Cristo.

HEBREUS: Aconselha aos novos cristãos a ir mais adiante nos rituais e cerimônias tradicionais e dar-se conta de que em Cristo todos têm encontrado seu destino.

TIAGO: Tiago aconselha aos crentes a pôr em prática suas crenças e também oferece ideias práticas de como viver a sua fé.

1ºPEDRO: conforta os primeiros cristãos que estavam sendo perseguidos por sua fé.

2ºPEDRO: Pedro adverte aos crentes sobre os falsos mestres e os estimula a seguir leias a Deus.

1ºJOÃO: Explica verdade básicas sobre a vida com ênfase no mandamento de amar-se uns aos outros.

2ºJOÃO: Dirigida à senhora escolhida e aos seus filhos advertindo aos crentes sobre os falsos profetas.

3ºJOÃO: Em contraste com Segunda carta de João, esta fala da necessidade de receber àqueles que predizem em Cristo.

JUDAS: Judas adverte aos crentes contra a má influência de pessoas fora da irmandade dos crentes.

APOCALIPSES: Estes livro foi escrito para dar alento aos crentes que estavam sendo perseguidos e afirmar sua fé que Deus cuidará deles. Usando símbolos e visões, o autor ilustra o triunfo do bem sobre o mal e a criação de uma nova terra e um novo céu.

COMO MANUSEAR A BÍBLIA

A Bíblia é coleção de livros agrupados por assuntos. Para facilitar a sua consulta ela é dividida em capítulos, versículos e parágrafos. A existência de inúmeras versões da Bíblia nos obriga a uma pesquisa para podermos manusear o livro de Deus com facilidade.

Divisão em capítulos e versículos – A primeira grande divisão da Bíblia é a que a divide em dois testamentos, o Antigo e o Novo. O Antigo tem 39 livros, de Gênesis a Malaquias e o Novo, 27 livros de Mateus ao Apocalipse.

Para facilitar a consulta, a Bíblia foi dividida a partir de 1555 em capítulos e versículos. A primeira Bíblia que trouxe essa divisão foi a vulgata Latina. Os capítulos são identificados pelos números maiores no início dos textos, e os versículos, pelos números menores.

A Referência – É a indicação do livro, capítulo, versículo e outras informações necessárias a serem achadas na Bíblia. Exemplo: Rm 11:17.

E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, (Romanos 11:17)

Rm – Nome do Livro (abreviatura de Romanos). 11 – O primeiro número depois do nome do livro, refere-se ao capítulo.

O número a seguir é o do versículo. Assim, temos: Rm 11:17 = Livro de Romanos, capítulo 11, versículo 17. Abreviaturas – O sistema usado pela Sociedade Bíblica do Brasil é o mais indicado pela sua simplicidade e rapidez. Os livros da Bíblia são abreviados com duas letras e sem ponto.

Entre capítulo e versículo põe-se apenas um ponto. No índice das bíblias editadas pela SBB pode ver-se a lista dos livros assim abreviados. - A primeira letra da abreviatura é maiúscula. Ex: Jn = Jonas. - Os versículos são separados por vírgulas. Jn 1:3,4. - Os capítulos são separados por ponto e vírgula.

Jn 1;3 - Usa-se o hífen para indicar o prosseguimento de um capítulo ou um versículo a outro.

Jn 1:3-6 (Jonas, capítulo 1. Versículos 3 a 6 (Jonas, capítulo 1 a 3).

Exemplos de referências por esse sistema: - 1 Jo 2:4 (1 João, capítulo 2, versículo 4). - Jó 2:4 (Jó, capítulo 2, versículo 4). - Jn 2:4 (Jonas, capítulo 2, versículo 4) - 1 Pe 5:5 (1 Pedro, capítulo 5, versículo 5). - Fp 1:29 (Filipenses, capítulo 1, versículo 29). - Fm v.14 (Filemom, versículo 14).

Pedaço de pele muito fina, contendo versículos de Êxodo e de Deuteronômio em escrita minúscula. EBESP - Escola Bíblica de Estudo Pentecostal Bibliologia.doc - 24 - O sistema tradicional adota dois pontos (:) entre capítulo e versículo, não tendo padronização na abreviatura dos livros.

Divisão de parágrafos – Só existe na versão ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA. Os textos que encerram um assunto são iniciados com uma letra em negrito. Veja por exemplo o Salmo 2, que tem 5 parágrafos. Títulos dos capítulos – São preparados pelos editores e nem sempre estão de acordo com o texto. Serve para, numa rápida passagem, identificar o assunto. Palavras em itálico – São palavras escritas com um tipo de letra diferente.

Não constam dos originais, mas são necessárias para complementar o sentido do texto. Em português, somente a versão ALMEIDA REVISTA E CORRIGIDA da Imprensa Bíblica possui essas palavras. Como exemplo, veja a palavra acerca em Mateus 2:7.

Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera. (Mateus 2:7)

Palavras entre parênteses ou colchetes – A Bíblia na versão ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA traz palavras em colchetes que também não estão nos originais, mas servem para complementar o sentido do texto.

Em algumas versões estrangeiras essas palavras aparecem entre parênteses. Veja por exemplo Marcos 5:7,8.

E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes. (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo.) (Marcos 5:7,8)

Isso só acontece no Novo Testamento. Explicações nas margens – Uma letrinha encontrada ao lado de uma palavra remete à margem onde vai ser encontrado um sinônimo para aquela palavra ou uma explicação que se julgue necessária.

Referências marginais – Um número pequeno ao lado de uma palavra remete à margem onde se encontram outras referências. Trata-se de outras passagens bíblicas que falam sobre o mesmo assunto. Indicações nas referências – São informações necessárias para consultar a Bíblia.

E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, (Romanos 11:17)
  • “a” – Parte inicial do versículo – Rm 11:17a
  • “b” – Parte final do versículo – Rm 11:17b
  • “ss” – Indica os versículos seguintes
  • “v” – Versículo.
  • “vv” – Versículos.
  • “qv” – Recomendação para que veja a referência.
  • “cf” – Confira.
  • “i.e” – Isto é.
  • “vd” – Vide ou Veja.
  • “cap” – Capítulo (s).

Habitue-se a tomar notas de suas meditações na Palavra de Deus. A memória falha com o tempo. Use um livro de folhas soltas (livro de argola) com projeções e índices, para isso. Hoje temos o sistema de informática que facilita bastante, para quem tem um computador em casa, ou no serviço. Se não houver organização nos apontamentos, eles não prestarão serviço algum.

Diferença entre texto, contexto, referência, inferência.

a) Texto.
São as palavras contidas numa passagem.

b) Contexto.
É a parte que fica antes e depois do texto que estamos lendo. O contexto pode ser imediato ou remoto. Pode ser um versículo, um capítulo ou um livro inteiro, como é o caso de Provérbios.

c) Referências.
É a conexão direta entre determinado assunto. Além de indicar o livro, capítulo e versículo, a referência pode levar outras indicações; depende da clareza que se queira dar, como:
• Indicação da parte inicial de um versículo: Rm 11:17a • Indicação da parte final de um versículo: Rm 11:17b
• Indicação de versículos que se seguem ou não até o fim do capítulo em estudo: Rm 11:17ss
• Recomendação para não se deixar de ler o texto indicado no momento: “qv.” Vem da expressão latina quod vide = que veja.
• Recomendação para que se compare; confira ou confronte o texto indicado: “cf” Vem do latim “confere.”
• Indicação de mais de um versículo: Rm 11: vv 17,18 e 19

d) Inferência.

E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira,
Não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti.
Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. (Romanos 11:17-19)

É uma conexão indireta entre assuntos. Uma ilação ou conclusão que se faz; dedução pelo raciocínio. Concluir o assunto.

Manuscritos bíblicos e versões da Bíblia.

Manuscritos são cópias dos originais. Versões são traduções de manuscritos.

Siglas das diferentes versões em vernáculo O uso dessas siglas poupa tempo e facilita o trabalho do professor ou estudante da Bíblia.

• ARC: Almeida Revisada e Corrigida. É a Bíblia antiga de Almeida, que vem sendo impressa desde 1951 pela Imprensa Bíblica Brasileira.

• ARA: Almeida Revisada e Atualizada. É a Bíblia de Almeida, revisada e publicada pela SSB (Sociedade Bíblia do Brasil), completa, a partir de 1958.

• FIG: Antônio Pereira de Figueiredo. Atualmente é impressa pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, Londres.

• SOARES: Matos Soares. Versão popular dos católicos brasileiros (Edições Paulinas).

• RHODEN: Huberto Rhoden. Versão particular desse ex-padre brasileiro.

• CBSP: Centro Bíblico de São Paulo. Edição católica popular da Bíblia, São Paulo.

• TR BR: Tradução Brasileira, publicada inicialmente em 1917.

• VIBB: Versão da Imprensa Bíblica Brasileira.

4. Outras siglas

• SBB. Sociedade Bíblica do Brasil

• IBB. Imprensa Bíblica Brasileira

• Gr. Grego

• Heb. Hebraico

• Aram. Aramaico

O tempo cronológico antes e depois de Cristo É indicado pelas letras:

• a.C. = Antes de Cristo. São as iniciais dessas duas palavras.

• d.C. = Depois de Cristo. Logo, “d.C.” corresponde a AD, do latim “Anno Domini”, isto é, ano do Senhor, em alusão ao nascimento de Jesus.

• AD = Do latim “Anno Domini”, isto é, ano do Senhor, em alusão ao seu nascimento. (ver referência acima) EBESP - Escola Bíblica de Estudo Pentecostal Bibliologia.doc - 27 - 6. Manuseio do volume sagrado Obtenha completo domínio no manuseio da Bíblia, a fim de encontrar com rapidez qualquer referência bíblica.

Jesus tinha essa habilidade. Em Lucas 4:17 diz:

"Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito:”.

Ora, naquele tempo, isso era muito mais difícil do que hoje, com o progresso da indústria gráfica, visto que naquele tempo os livros tinham a forma de rolos. Não era tão fácil achar a passagem que se queria.

QUANTO AO ESTUDO DA BÍBLIA Conhecemos a Deus, de fato, não primeiramente estudando a Bíblia, mas amando-O de todo o coração, crescendo em comunhão com Ele

Jo 14:21 - Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele;
Jo 14:23 – Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada;
- Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus (1 Jo 4:7)

A Bíblia é destinada ao coração (para ser amada), e à mente (para ser estudada, entendida.

Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei). (Hb 10:16)

É nulo o conhecimento espiritual destituído de fé (Hb 4:2- Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram).

A HISTÓRIA DA CRÍTICA DA BÍBLIA

Houve um tempo em que os saduceus rejeitaram, todos os escritos do AntigoTestamento, exceto o Pentateuco, que se comportavam como “críticos da Bíblia”, e quando o grupo dos fariseus aceitaram todos os trinta e nove livros do Antigo Testamento, o segundo grupo estava fazendo uma auto crítica.

E na dispersão a congregação judaica deveria adicionar mais quatorze livros que são conhecidos por “apócrifos”, e isso mostra que de uma certa forma, eles estavam aplicando algum tipo mais comum de crítica textual; e com isso, eles queriam justificar um cânon expandido.

Na época da Igreja primitiva, existiu um grupo, os “gnósticos”, que usaram um princípio próprio da crítica de interpretação de texto Bíblico, dizendo: o Deus do Antigo Testamento era uma divindade secundária e imperfeita, pois criou um mundo imperfeito.

Um outro crítico da Bíblia que viveu no ano 300 d.C, Porfírio (discípulo de Plotino) dizia que o livro de Daniel foi escrito posteriormente, e além disso era uma “história escrita” e não uma “profecia”.

Nós só encontramos a verdadeira “crítica textual ou baixa crítica” no século XVI, no começo da Reforma Protestante, quando Erasmo, contemporâneo de Lutero, traduz o Novo Testamento, mas usa como base de tradução o “Textus Receptus”.

Logo após a tradução, os teólogos e estudiosos de Bíblia alegam que o texto tomando como base era de qualidade inferior; no entanto, todas essas críticas não passaram de boatos sem direção.

Quando da compilação do Textus Receptus por Erasmo, no começo do século XVI, encontrarmos os verdadeiros primórdios da crítica textual ou baixa crítica. Não tardou para que se patenteasse até que o texto do Novo Testamento chegasse ao estado purificado em que se encontra hoje. Vários dos reformadores rejeitaram, um ou mais dos livros do Novo Testamento, como indignos de ocuparem lugar do cânon.

Assim, Lutero rejeitava a epístola de Tiago, por causa de sua posição contrária à justificação pela fé.

E ele também considerava Judas e Apocalipse como livros de valor secundário, em relação ao resto do Novo Testamento. Calvino rejeitava o Apocalipse, não tendo comentado sobre o mesmo em todo o seu longo comentário do Novo Testamento.

E também rejeitava a Segunda epístola de Pedro. A crítica da Bíblia começou a florescer no século XVIII, contra um pano de fundo racionalista. Havia então o desejo de haver maior relevância ao cristianismo, diante das tendências do pensamento contemporâneo. O racionalismo alemão tomou a posição que considerava suspeita toda e qualquer evidência, até que fosse provada válida.

Essa abordagem não podia deixar de redundar em ceticismo. O Antigo Testamento passou a ser rigorosamente examinado, algumas vezes sofrendo ataques da parte dos críticos. Houve o surgimento da hipótese de múltiplas fontes formativas do Pentateuco. Alguns supunham que Moisés utilizou-se de várias fontes, que ele reuniu, ao passo que outros afirmavam que Moisés nada tivera a ver com a autoria da coletânea de Pentateuco.

A. Geddes e J.S.Vater (fins do século XVIII e começo do século XIX) viam várias fontes e não apenas duas, o que acabou evoluindo para a famosa teoria JEPD(quatro fontes), de Hermann Hupfeld (1853), Karl Graf e Abraham Kueren (1869), em vários estágios.

Essa teoria supõe que havia uma fonte jeovista

(J), uma fonte eleoimista
(E), uma fonte Deuteronômica
(D) e uma fonte sacerdotal
(P). Esses símbolos estariam baseados na incidência preferida do nome divino, por algum autor particular, ou então nos tipos específicos de materiais registrados.

O mesmo tipo de atividade foi aplicado ao livro de Isaías, aos Salmos, a Daniel e a outros livros do Antigo Testamento.

Um dos primeiros problemas a serem abordados foi a questão das fontes informativas dos evangelhos sinópticos. Lechamann (1835) demostrou que Marcos era o evangelho original, e que em seguida foi usado como uma das primeiras fontes de Mateus e Lucas. Isso desenvolveu-se na teoria dos quatro documentos, de B.B. Streeter (1874-1937).

Thomas Woolson (falecido em 1731) supunha, sobre bases céticas, que os milagres de Jesus eram criações de pessoas supersticiosas, muito tempo depois da morte de Jesus. H.S.

Reimarus(falecido em 1768), asseverou que as fabulosas narrativas sobre Jesus eram falsificações deliberadas, dos discípulos de Jesus, sobre aquilo que realmente se sucedeu.

Fr.Schleiermacher (falecido em 1834), tentou preservar a posição Centrica de Cristo, embora supondo que os evangelhos haviam sido artificialmente construídos, a partir de uma miscelânea de retalhos separados da tradição oral.

A chamada crítica da forma, do século XX, emprega o conceito básico dessa teoria. D.F. Straus, em seu Lebem Jesu(1835) apresentou Jesus como um sábio judeu ideal, cujas memórias foram preservadas em meio a inúmeros adornos.

Frederick Christian Baur(1792-1860) foi fundador da Escola de Tubingen, tendo proposto uma primitiva tese judaica no tocante à vida de Jesus, encabeçada por Pedro, mas com uma subsequente antítese, que procurou embelezar a biografia de Jesus, conferindo-lhe estatura divina, encabeçada por Paulo.

E a síntese (segundo os moldes hegelianos) teria sido provida pelo evangelho de João, que pra ele pertencia a uma data fantasticamente posterior, cerca de 170 D.C.

Mas, um pequeno fragmento de papiro, do evangelho de João e pertencente ao começo do século II D.C., destruiu a teoria. No entanto, Baur sentia que a história cristã primitiva precisava ser reescrita, a fim de desnudá-la de suas emendas apócrifas, bem como dos relatos exagerados de entusiastas, a fim de sabermos o que realmente aconteceu.

Dessa forma, Baur distinguiu entre o Jesus histórico e o Jesus teológico. Interessante é observar que apesar da estrutura central de sua teoria (dialética hegeliana) ter sido abandonada pela maioria dos especialistas, sua oposição entre Pedro e Paulo tem persistido como noção de muitos estudiosos.

W. Boosset(1892) e Adolf von Harnack(1899) opinavam que era mister eliminar quaisquer emendas supersticiosas e religiosas, a fim de se ficar apenas com o Jesus histórico.

Segundo eles, Jesus seria um meio liberal eloquente, que proclamava o evangelho da paternidade universal de Deus e a fraternidade universal dos homens.

Porém, Johanne Weiss (1892) reagiu contra tão simplista modernização de Jesus, tendo sido secundado por Albert Schweitzer (nasceu em 1875), o qual insistiu em seu livro Quest for the Historical Jesus (1906), que Jesus era um crente apaixonado no iminente fim do mundo e no imediato estabelecimento do reino de Deus sobre a terra.

Nisso, Jesus estaria equivocado, segundo Schweitzer supunha; porém, acreditaria em tais coisas. É possível que a principal tendência da erudição liberal, a partir do ano 1906, tenha sido aquela promovida por Rudolf Bultman(nasceu em 1884). De acordo com essa tendência, precisamos demitizar os registros bíblicos a fim de chegarmos ao Jesus real. Mas a tentativa terminou em ceticismo quanto ao método, considerado fútil, visto que até os evangelhos sinópticos encerram declarações que promovem a deidade de Cristo.

Não obstante, alguns estudiosos continuam fiéis ao método.

A Crítica da Forma

É um método de pesquisa que surgiu na Alemanha, a partir de 1919, quando Maritn Dibelius publicou sua obra From Tradition to Gospel. O método havia sido antecipado por outros, como Johannes Weiss e Hermann Gunkel.

A crítica da forma é uma tentativa para recuperar as unidades da tradição oral que circulavam antes dos evangelhos serem escritos. Segundo são concebidas, essas unidades incluiriam antigas narrativas, como o relato da paixão, parábolas, declarações ou ensinos, relatos de milagres e lendas. Tudo estaria baseado em graus variegados de verdade, de mistura com ficção. Alguns intérpretes também se lançaram à tarefa de distinguir níveis dentro dessas supostas unidades, com o material judaico primitivo e o material helenista posterior.

Supõe-se que os evangelhos resultarem de um tipo de recolhimento de fragmentos, em que as peças foram sendo ajustadas umas às outras, algumas vezes habilidosamente, e outras vezes, de forma crua.

Alguns supõem que essas tradições foram essencialmente preservadas pela Igreja; mas outros pensam que os cristãos inventaram a maioria dessas tradições. Seja como for, a tradição concentrada nos evangelhos seria uma espécie de esforço comunitário, e não de iniciativa particular. Isso significa que haveria uma certa canonização de material, desde o começo. Essa teoria, apesar de conter elementos de verdade, também tem seus exageros.

Marcos, o evangelho original, certamente parece haver sido escrito apressadamente, para narrar uma história que todos já conheciam; e não por alguém que agisse como redator, linhavando pedaços provenientes de muitas fontes

Nota-se ali um senso de urgência, com base em narrativas de testemunhas oculares, o que é embotado por uma exagerada crítica da forma.

A Atividade dos Críticos

Qualquer estudo introdutório a algum livro da Bíblia naturalmente incluirá várias formas de crítica. Essa é uma atividade necessária, tornando-se prejudicial somente quando guiada pelo ceticismo, que busca encontrar erros e embotar a verdade, em vez de lançar luz sobre ela.

O leitor, no tocante à introdução a qualquer livro das Escrituras, poderá perceber a mão da crítica plenamente ilustrada, nessas introduções.

A crítica, por si mesma, é uma atividade absolutamente necessária para o nosso conhecimento da Bíblia, e muitos resultados positivos têm resultado de todas as diversas modalidades de crítica que temos ventilado.

Já passou a época em que se podia usar a Bíblia como uma espécie de entidade mágica. Nada teríamos a ganhar se encorajássemos o erro piedoso, só para satisfazer a pessoas que gostam de respostas simples.

Se há algo que caracteriza a verdade das coisas é que a verdade não é simples. Nela está envolvida a tremendamente complexa mente divina. Tão acima está ela de nós.

Portanto, quando Deus permitiu que algo de sua mente transparecesse em um livro, não deveríamos pensar que é fácil compreender tudo quanto ele diz ali. Além disso, é ridículo ignorar o lado humano da Bíblia. Para exemplificar, há muitos erros gramaticais no grego do Novo Testamento. Nesse documento, a linguagem foi expressa em diversos níveis de qualidade, desde o grego quase clássico da epístola aos Hebreus, até o grego de rua, com todos os seus vícios, do evangelho de Marcos.

Além disso, há o grego como segundo idioma, no Apocalipse, cujo autor pensava em aramaico e imitava a gramática aramaica no grego por ele produzida, com os resultantes erros gramaticais.

Haveríamos de explicar isso, dizendo que Deus é um mau gramático?

Além disso, existem diversos níveis de revelação. Encontramos trechos místicos, de autêntico êxtase, nos escritos de Paulo, como porções do oitavo capítulo de Romanos, do décimo segundo capítulo de I Coríntios, do segundo capítulo de Filipenses e do primeiro capítulo de Efésios.

Pode-se contrastar isso com o tratado didático da epístola de Tiago, com seu judaísmo quase puro, em que a luz cristã só rebrilha aqui e acolá. Em Tiago, encontramos o tipo de ensino que se poderia ouvir nas sinagogas, em qualquer Sábado. Há ali grandes verdades, mas não empapadas na típica revelação cristã.

É ridículo tentar harmonizar o que Tiago diz com os avançados conceitos de Paulo.

Tiago continuava promovendo conceitos judaicos, que estavam começando a mesclar-se com os conceitos cristãos.

A crítica destaca coisas assim, que forçando-nos a relacionar as atitudes expressas por Tiago à divisão da Igreja primitiva em torno do legalismo, conforme se vê no décimo quinto capítulo de Atos, levando-nos a concluir que esse livro surgiu em meio àquela controvérsia, como representante do espírito anti-paulino, de certos segmentos da Igreja primitiva, que ainda eram mais judaicos do que cristãos.

Mas, os harmonizadores, buscando conforto mental, insistem em reconciliar Tiago e Paulo; mas isso é anti-histórico e anti doutrinário.

Não precisamos de tal esquema para fortalecer-nos a fé. Outrossim, sem dúvida há vários tipos de fontes informativas dos evangelhos. Torna-se óbvio que as declarações ali constantes nem sempre foram ditas dentro das associações em que são postas.

Com isso; há nos evangelhos declarações postas dentro de certos acontecimentos históricos com os quais não estavam originalmente vinculados.

Assim, no evangelho de Mateus, há vários grandes blocos de declarações de Jesus, como as bem aventuranças, o sermão da montanha e as parábolas do reino que são óbvios sumários, provavelmente de muitas declarações de Jesus, que não foram proferidos em uma única ocasião, conforme aquele evangelho dá a entender.

Isso é facilmente provado mediante a simples comparação do material de Mateus e Lucas, por exemplo, que aparece dentro de diferentes engastes históricos.

Há problemas reais que envolvem pontos como unidade e integridade da Bíblia. As epístolas de I e II Coríntios representam uma correspondência entre Paulo e os crentes de Corinto, e não apenas duas epístolas diversas.

É bem possível que a epístola aos Romanos, segundo a conhecemos, inclua material que, originalmente, não fazia parte da mesma. Falamos especificamente sobre o décimo sexto capítulo, que parece ser uma curta epístola aos crentes de Éfeso, e que terminou sendo agregada à epístola aos Romanos, onde se tornou seu capítulo dezesseis.

Com frequência, ao tratamos de tais problemas, não podemos fornecer informações mais precisas, o que se dá sobretudo com certos livros do Antigo Testamento, que quase certamente incorpora blocos de material reunidos por compiladores, uma atividade perfeitamente normal em todas as produções literárias.

E, continuando somente a fornece exemplos de alguns tipos de problemas textuais, finalmente podemos discernir níveis de diferenças de doutrina, dentro do próprio Novo Testamento, e não meramente quando são contrastados o Antigo e o Novo Testamentos.

Todos admitem que o Novo Testamento é doutrinariamente mais avançado que o Antigo. Nesse caso, por qual motivo certas porções do Novo Testamento não seriam doutrinariamente mais evoluídas do que outras porções do mesmo Novo Testamento?

Os evangelhos refletem a doutrina cristã segundo o nível a que ela chegará até o fim do ministério de Jesus.

Mas ele afirmou:

Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.
Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. (João 16:12,13)

Já citei o exemplo de Tiago, cujos conceitos foram vistos de forma diferente pela revelação paulina.

Um mistério é uma verdade recém-revelada, que não fora revelada antes. Se já fosse conhecida, não seria um mistério. Portanto, de cada vez em que Paulo diz: “Eis que vos digo um mistério”, era como ele estivesse dizendo: “Eis uma nove verdade, que só agora está sendo revelada”.

E então Paulo nos leva a verdades acima de verdades ensinadas em outras porções do Novo Testamento, que outros autores sagrados desconheciam até então.

Assim, no primeiro capítulo de Efésios, quando Paulo fala sobre o “mistério da vontade de Deus”, ele nos dá um vislumbre do que Deus realmente tenciona fazer em prol da humanidade, que ultrapassa a antiga doutrina do juízo, refletida em várias porções do Novo Testamento.

Por outra parte, se mantivermos a atitude que o Novo Testamento é perfeitamente homogêneo em sua exposição de doutrinas, então essa verdade ficará oculta, para nosso próprio detrimento.

Por igual modo, quando Pedro afiança que o evangelho foi pregado a mortos

Porque por isto foi pregado o evangelho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito; (1 Pedro 4:6)
quando Cristo desceu ao Hades, entre sua morte e ressurreição (I Pd. 3:18),

Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; (1 Pedro 3:18)
ele aumenta a nossa esperança, demonstrando que Cristo pode atingir os homens em todos os lugares, incluindo no lugar mesmo no juízo.

Mas, se eu vier a supor que Pedro não podia ter conhecimento de algo sobre o que os demais autores sagrados nada comentaram, então perderei uma preciosa verdade ensinada na Bíblia. No entanto, Paulo revela-nos que a descida de Cristo ao hades teve o mesmo propósito que sua subida dali, ou seja, tornar-se tudo para todos (Ef.4:8).

Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. (Efésios 4:8)

O Senhor chegará a “preencher a tudo”, tornando-se assim tudo para todos, a própria essência da própria existência, bem como sua origem, propósito e alvo. Mas se eu me aterrar exclusivamente a Hebreus 9:27, que proclama que a oportunidade de salvação termina por ocasião da morte biológica, terei deixado de entender que algumas porções do Novo Testamento ultrapassam a outras em profundidade, oferecendo-nos novas verdades, e das mais preciosas.

E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, (Hebreus 9:27)

Sabendo que esse informes bíblicos mais profundos são complementares, e não contraditórios com o que o resto da Bíblia nos ensina, isso não enfraquece a nossa fé nos ensinamentos bíblicos, antes, enriquece o nosso entendimento sobre o plano de Deus.

Paulo não cessava de orar por seus convertidos, no sentido de que recebessem

“...espírito de sabedoria e revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos” (Efé. 1:17, 18)

Mesmo que não saibamos colocar todos os ensinamentos em sua exata sequência ou ordem de importância, isso é melhor do que eliminar de nosso sistema de doutrinas alguns dos ensinamentos mais profundos da Bíblia, somente porque não se encaixam dentro de nossa limitada compreensão.

Aspectos Positivos e Bons da Crítica

A crítica da Bíblia pode ser positiva e boa.

Com a ajuda dos críticos, podemos ter uma atitude mais otimista e uma maior confiança na missão de Cristo.

Todavia, somos contrários ao uso negativo da crítica que só tenciona destruir e negar. A verdade é que alguns críticos partem da intenção de destruir a fé, por causa de alguma distorção psicológica que os leva a destruir em vez de edificar. Alguns deles parecem indignados diante da Igreja cristã e seus ensinos.

Outros sentem-se insatisfeitos com o próprio cristianismo. Certo crítico alemão chegou ao extremo de negar a existência de Jesus, dizendo que a Igreja foi que O inventou!

Todas essas atividades baseadas no negativismo devem ser ignoradas por nós, porquanto não produzirão coisa alguma de proveitoso. Porém, os esforços honestos para melhorar o nosso conhecimento das realidades divinas, mesmo quando nos parecem bizarras, com frequências produzem alguns resultados positivos, capazes de fomentar nosso conhecimento da Bíblia.

Mas alguns evangélicos muito conservadores fazem parecer importantes para a fé aquilo que, realmente, não tem importância.

Um certo homem que nada sabia sobre o idioma grego, em que foi escrito o Novo Testamento, mas que dizia ter a certeza de que não podia haver erros gramaticais no texto, porquanto ele tinha a certeza de que a Bíblia não pode conter erros de qualquer espécie!

Essa certeza, baseada na ignorância, de modo algum é louvável. É triste quando a fé de uma pessoa repousa sobre questões triviais como boa ou má gramática.

E ainda é mais lamentável quando o conforto mental de alguém é preservado pela ignorância proposital. A verdade de Deus nunca fica estagnada, e nem nos é perfeitamente revelada neste lado da existência.

Ela chega até nós gradualmente, e de várias maneiras; mas descobrir a verdade é uma aventura excitante, pois precisamos investigá-la sob muitos ângulos diversos.

Também tenho observado que quanto mais sábios nos tornamos, mais otimistas ficamos, e mais respeitamos e confiamos na missão do Logos, Jesus Cristo.

Não precisamos de um arcabouço literário perfeito para dispormos de uma boa apreciação da grandeza do plano divino em favor dos homens. Há uma profunda verdade naquela distorção que diz: “Precisamos de mais fé, e de menos crença”.

Mas a fé só virá através do conhecimento, pois estudamos um Deus; “INVISIVEL”.

Bibliolatria

Palavra baseada em dois vocábulos gregos, com o sentido de adoração ao livro.

O termo é usado para descrever aquelas pessoas e atividades que se utilizam da Bíblia, paralelamente à insistência de que a Bíblia não envolve erros de qualquer modalidade.

Geralmente, isso é acompanhado pela contenção de que toda razão e ciência humanas deveriam ser sujeitadas ao cotejo com a Bíblia, interpretada literalmente.

A bibliolatria caracteriza-se por uma atitude que rejeita a priori todo estudo e toda e qualquer evidencia que mostra que a Bíblia não é um livro perfeito. Mas visto que a Bíblia tem um lado humano em sua produção, e visto que as produções humanas não são perfeitas, esse elemento humano impede que as Escrituras sejam perfeitas.

A bibliolatria assume diferentes aspectos, dependendo de quem lança mão da Bíblia abusivamente.

Assim é que, em uma denominação qualquer, a autoridade da Bíblia é usada para promover determinado conjunto de doutrinas particulares, em torno das quais gira a vida daquela denominação; mas, em uma outra denominação, os mesmos textos da prova são usados para dar apoio a ideias às vezes diametralmente contrárias.

Tudo isso concorre para lançar uma nódoa sobre o uso são das Escrituras, como a nossa principal autoridade espiritual. E força sobre a Bíblia uma autoridade sobre campos que lhe são estranhos, além de limitar erroneamente o conceito de autoridade.

As Bibliotecas

Uma biblioteca é uma coleção de livros, sem importar se pequena ou grande, reunida com certo propósito em mira, para servir de centro de leitura e pesquisas literárias. Os livros de uma biblioteca não são oferecidos à venda, embora possam ser emprestados por certo prazo.

Bibliotecas relacionadas à Bíblia. Não há qualquer referência específica, na Bíblia, a alguma biblioteca, embora haja referências que subentendam a existência de bibliotecas.

Paulo deve ter contado com uma pequena biblioteca, para seu uso pessoal (II Tim. 4:13).

Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. (2 Timóteo 4:13)

O fato de que havia muitos livros, e que a produção de livros pode ser uma atividade sem-fim (Ecl.12:12), mostra-nos que, em Israel, deve ter havido tais coleções de livros.

E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne. (Eclesiastes 12:12)

A preparação de livros começou cedo em Israel, conforme se vê em Êx.14:4,7.

E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, e saberão os egípcios que eu sou o Senhor. E eles fizeram assim.
Sendo, pois, anunciado ao rei do Egito que o povo fugia, mudou-se o coração de Faraó e dos seus servos contra o povo, e disseram: Por que fizemos isso, havendo deixado ir a Israel, para que não nos sirva?
E aprontou o seu carro, e tomou consigo o seu povo;
E tomou seiscentos carros escolhidos, e todos os carros do Egito, e os capitães sobre eles todos. (Êxodo 14:4-7)

Os sacerdotes levíticos estavam encarregados dos livros sagrados (Deu.17:18).

Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, então escreverá para si num livro, um traslado desta lei, do original que está diante dos sacerdotes levitas. (Deuteronômio 17:18)

Vários títulos foram dados aos livros sagrados dos judeus, como Livro da Lei, Livro da Aliança, etc., dos quais havia um bom número de cópias, incluindo não somente os livros canônicos (Num.21:24; Jos.10:12, 13, provavelmente havia extensos registros genealógicos, tratados, contratos, transações comerciais registradas, tudo o que sugere coleções de livros que eram devidamente guardados.

Mas Israel o feriu ao fio da espada, e tomou a sua terra em possessão, desde Arnom até Jaboque, até aos filhos de Amom; porquanto o termo dos filhos de Amom era forte. (Números 21:24) Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor deu os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeom, e tu, lua, no vale de Ajalom.
E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro.(Josué 10:12,13)

Em Esdras 5:17 temos uma referência aos arquivos (de rolos) da Babilônia, o que, quase certamente, é uma alusão à biblioteca que havia naquela cidade. A arqueologia tem descoberto grande número de bibliotecas de tabletes de argila, tanto na Babilônia quanto nas principais cidades do império assírio.

Agora, pois, se parece bem ao rei, busque-se na casa dos tesouros do rei, que está em babilônia, se é verdade que se deu uma ordem pelo rei Ciro para reedificar esta casa de Deus em Jerusalém; e sobre isto nos faça saber a vontade do rei. (Esdras 5:17)

A famosa biblioteca de Alexandria, embora não fosse uma biblioteca nitidamente bíblica, teve começo em 300 A.C., e continha livros sobre a erudição semita, tendo também sido a biblioteca para a qual foi preparada a versão do Antigo Testamento, intitulada Septuaginta (ou LXX).

As esperanças dos arqueólogos – descobrirem bibliotecas nas cidades de Israel, até hoje não se concretizaram. Porém, o descobrimento de bibliotecas na Assíria, na Babilônia e no Egito, bem como os tabletes de Tell el-Amarna, do século XIV a.C., tem compensado parcialmente esse desapontamento.

A biblioteca de Sargão (722-705 a.C.) compunha-se de uma grande coleção de tabletes com escrita cuneiforme, que atualmente se encontra no Museu Britânico.

O número desses tabletes chega cerca de vinte e cinco mil.

A Biblioteca Real de Assurbanipal (662-626 a.C) também era muito numerosa, com cerca de vinte e cinco mil tabletes, que também se encontram agora no Museu Britânico.

Dez mil textos diferentes são ali representados, e Sir. Frederic Kenyon referiu-se a essa coleção como “a primeira grande coleção particular de livros que se conhece na história”.

Em Nuzi, foram desenterrados cerca de vinte mil tabletes de argila, datados da primeira metade do segundo milênio a.C. A oitenta quilômetros a sudeste da cidade da Babilônia, no templo de Nipur, foram encontrados cerca de cinquenta mil tabletes de argila, pertencentes aos séculos IV e V a.C.

Grandes bibliotecas gregas e romanas quase no fim do período do Antigo Testamento.

Além da biblioteca de Alexandria, havia coleções guardadas em Pérgamo e em outras cidades, embora nenhuma delas pudesse rivalizar-se com a de Alexandria, cujo intuito era contar com uma cópia de todos os livros do mundo até então conhecido.


Voltar

Deixe um comentário:

Para comentar, você precisa estar logado. Faça login ou permaneça na página.

Comentários:

Não há comentários aprovados ainda.